Olá, pessoas, como vocês estão?
Hoje resolvi passar por aqui para conversar com vocês, acho que deixei isso um pouco de lado com o passar do tempo e vi que chegou a hora de voltar a fazer isso mais vezes (quando escrevo isso vejo que o blog já está perto de fazer 3 anos e fico tipo “Como assim? Tudo isso já?).
Como vocês sabem estou morando em Portugal há 2 meses e uns dias, e posso contar uma coisa? Tem dias que estar aqui é sinistro, não apenas no bom sentido. Ter que se adaptar à uma vida completamente diferente da que você tinha não é tão fácil como os filmes fazem parecer (sério, tem dia que fico pensando “como esse cara muda de país igual muda de roupa? Cadê o sentimento de estar deixando algo para trás? Cadê as lágrimas da saudade?”, fico muito indignada).
Os primeiros dias foram mais tranquilos, afinal, estávamos com apenas 2 horas de diferença do Brasil, parecia que estávamos apenas de férias, não parecia que o Espírito Santo estava a 7.324 Km de distância daqui, minhas duas primas tinham vindo para cá junto com a gente e, de certa forma, a ficha de que UMA NOVA VIDA COMEÇARIA DO ZERO não tinha caído… ainda.
Porém olha só, uma hora essa ficha ia cair e, quando caiu, foi complicado, mas vamos por partes, para manter a decência e ordem desse lugar.
Colocando as coisas em ordem cronológica:
- primeiro o horário de verão do Brasil acabou, com isso a diferença de horas passou a ser de 3 ao invés de duas;
- depois de passar um tempo com a gente (tempo esse que passou mais rápido do que tudo) minha prima, Débora, foi embora;
- devido ao meu dom de me preocupar muito com as pessoas, fiquei mal por conta de um guri e por conta de algo que aconteceu;
- as “férias” tinham acabado e a gente já tava vivendo “normalmente” agora;
- aumentou mais 1 hora para contagem, totalizando 4 horas de diferença entre meu país de origem e Portugal;
- começou a sensação de que foi eu sair do Brasil que coisas novas começaram a rolar por lá (ou por aí);
- minhas amigas começaram a planejar as coisas, e mesmo eu estando no grupo com elas, vi que não poderia ir tão cedo;
- comecei a ver que uma nova parte da minha vida seria ver meus familiares, que estava vendo TODO SANTO DIA pessoalmente, apenas por chamada de vídeo;
- me deparei com o pensamento de que momentos importantes iam passar e eu estaria presente apenas por mensagem ou vídeo, que eu me tornaria a pessoa que “está lá”;
- e para finalizar (eu fui breve nesses pontos, se escrevesse tudo que se passou pela minha cabeça quando minha ficha caiu, teria que fazer parte 2 e 3 dessa postagem) minha prima, Patricia, que se manteve tão chata ao meu lado, foi embora!
- Ah, vale deixar claro que, no decorrer de tudo isso, estava frio e chovendo, só para ajudar no clima de emoções.
Posso escrever também que nos dias (sim, meus amigos, “DIAS”) que essa ficha caiu eu chorei lindamente, de esconder meu rosto no colchão, pensando que as pessoas não iam escutar o barulho que eu tava fazendo, e tudo.
Mas conforme os dias iam passando eu ia orando. Era um dia que estava muito bem? Beleza, vamos orar. Estava muito mal? Olha só, vamos orar.
Até que, quando cheguei num dia de ápice de tristeza, que já não sabia o que fazer, senti o cuidado de Deus de uma forma linda para comigo e foi aí que senti mais vontade de orar, porque tive a certeza de que Ele estava cuidando de tudo, estava cuidando de mim, da minha irmã e da minha mãe. 7
Depois disso chorei mais algumas vezes de saudade, saudade das pessoas que estão longe em Km, saudade da minha rotina de vida, saudade da minha igreja, saudade… mas bem, chorar é humano, né?
Ah, nesses dias pensei se era bom continuar com a fanpage e o insta do blog, ou até mesmo com o próprio blog, mas foram pensamentos rápidos, que não tiveram tanta força assim (Ainda bem!).
Depois de todo esse momento de sei lá o que, posso dizer: estou bem e preparada para ficar melhor. Saudade vou sentir toda hora, isso é inevitável, só não vai doer tanto. Chorar? Bem, acho que enquanto meu canal lacrimal funcionar direito vou estar chorando, mas chorar de rir pode entrar pra conta também.
O importante é lembrar: passei por momentos bons no Brasil, tenho uma história de vida lá, tenho pessoas que amo muito que moram lá, mas, ao invés de ficar triste e chorar pelo que passou e está lá, tenho que ficar feliz pelo que vivi lá e abraçar a oportunidade de viver e ser feliz num novo lugar, sabendo que uma nova história está se iniciando aqui.