(E como sempre digo: na minha cabeça as fotos que acompanham os textos sempre tem sentido)
Bom, como surge a dúvida resta pensar que talvez eu tenha te encontrado num shopping, e como tudo nessa vida exigem filas, tenha conversado contigo enquanto aguardava meu lanche ficar pronto;
Talvez tenha sido em um ônibus, numa dessas viagens que na verdade nem são tão longas, mas que o transporte roda tanto que acaba transformando um percurso de 20 minutos em 1 hora;
Talvez tenha sido num curso, não que eu tenha feito muitos, mas em algum deles posso ter, por um acaso, esbarrado em você, e ao tentar pedir desculpas, só piorar as coisas ao pisar no seu pé e derrubar a mochila em você;
Talvez tenha te visto e falado contigo na escola, em um dos meus anos de Ensino médio, enquanto ficava sentada no chão do refeitório, ou enquanto ficava esperando até dar a hora de me arrumar pra ir para o trabalho;
Talvez eu não tenha te encontrado pessoalmente, pode ser que te vi da forma mais aleatória numa rede social e quando percebi já estávamos conversando;
Talvez nem sequer tenha planejado falar com você, vai ver fui numa onda de “duvido que você faça tal coisa” e quando percebi estava batendo papo contigo;
Talvez até mesmo não tenha te conhecido, e só estou escrevendo pequenas situações em que um desconhecido acaba se tornando um amigo…
Além de “primeiras coisas”, eu lembro de momentos específicos que ficaram entre o “Oi, me chamo Amanda” e o “Eii, vei!”, como conversas aleatórias que me fizeram rir, como também situações tensas que me deixaram até mesmo sem dormir, lembro de momentos em que desejei não ter te conhecido, como também de alguns em que pensei “por que não conheci essa pessoa antes?”, lembro de conversas sem pé nem cabeça, como também de conversas que envolviam até mesmo o futuro, e também de momentos em que nem falávamos nada, apenas estávamos ali olhando pra cara um do outro.
Porém, no meio disso tudo, de todos esses acontecimentos, não consigo me lembrar quando e como foram feitas as nossas despedidas, porque sim, elas existiram.
Quando foi o momento em que deixamos de nos falar e apenas seguimos nossas vidas?
Quando soubemos que uma conversa não fluía mais e por ela já não adiantava manter tanto esforço?
Quando a pessoa que você falava todo dia passou a ser apenas mais um de seus contatos?
E esse é um ponto que está me incomodando, porque isso está voltando a ocorrer. Eu lembro quando começamos a nossa conversa, mas e quando ela acabar, quando saberei que é realmente o fim?
Mas bem, antes que isso aconteça de vez, imagino que eu possa me despedir, mas não gosto de dizer adeus, acho que isso é uma coisa muito forte, assim como dizer “eu te amo” e “eu te odeio”, então nesse caso vou preferir usar o “adeus” de outra forma, entregando ele a Deus e dizendo um “até logo, espero que nos esbarremos por aí mais uma vez”.