Quando comecei a procurar por um trabalho eu fiz duas entrevistas, uma delas era para trabalhar num café no aeroporto e a outra para trabalhar numa loja de roupa num shopping.
Lembro que para a entrevista no café eu esperei mais de 1 hora a pessoa que ia me entrevistar chegar. Quando ele chegou pediu meu passaporte, folheou ele todinho e disse “você não tem visto?”, eu disse que não, que só minha mãe tinha. Então ele fechou o passaporte , me devolveu, disse “se você não tem documento não posso te contratar” e me mandou ir embora.
Depois fiz a entrevista da loja de roupa, a moça que me entrevistou até pareceu gostar de mim, mas até hoje to aguardando uma ligação para dizer, pelo menos, que eu não passei.
E então, depois de duas tentativas, acabei conseguindo mais uma entrevista, graças a Deus e a tia Zilda, que conhecia um senhor que estava precisando de um novo funcionário.
Dessa forma lá fui eu, dia 15 de maio fazer uma entrevista para trabalhar numa função que nunca imaginei capaz de exercer: funcionária de lavandeira.
Gente, eu nunca me dava ao trabalho de passar roupa alguma, porque sempre achei que fosse algo muito desnecessário já que a roupa ia amarrotar toda enquanto a gente estivesse usando. Até quando eu trabalhava com um uniforme social, eu não o passava – minha técnica era lavar e sacudir BASTANTE antes de estender, depois de seco ele já estava liso, então só pendurava no cabide e guardava para usar depois.
Então quando cheguei naquela lavanderia, com uma pilha de roupa maior que eu para passar, eu quis chorar, mas ao mesmo tempo pensei: Eu sou capaz de enfrentar isso!
Hoje em dia eu continuo lá, passo roupa, lavo, trato as nódoas (me sinto muito química nessa parte, porque tenho que misturar uns produtos químicos sinistros), atendo os clientes, dobro, embalo e organizo as roupas e por aí vai.
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