É interessante o fato de que, apesar de eu ter medo de altura, sempre tentar lutar contra esse medo de formas aleatórias e inusitadas.
Lembro que, desde nova, tenho vontade de saltar de bungee jumping, fazer escalada, saltar de paraquedas, voar de balão… e só não fiz ainda por falta de oportunidade.
Porém o fato curioso entra agora: apesar de toda essa vontade de fazer coisas tão “radicais” nas alturas, em alguns momentos, ao atravessar uma ponte (algo bem simples do cotidiano) eu começo a passar por um momento de desespero, me dá vontade de chorar, começo a tremer e não consigo atravessar tão bem assim.
E aí eu pergunto, alguém aqui já andou naqueles shoppings que tem o chão de vidro? Pois então, eu passo pelo lado oposto, ou dou a volta, mas não passo por cima.
Por conta desse leve medo, penso em momentos bobos, que para mim foram de extrema coragem.
Lembro de uma vez que estava no shopping com um amigo e meu momento de coragem foi passar, sem correr, por essa parte de vidro do chão. Eu me senti tão feliz, capaz e corajosa, parecia que tinha escalado o Everest!
Lembro de uma vez também que minha prima e eu queríamos MUITO ir a roda gigante, mas ninguém queria ir com a gente. Eu era cagona e ela também, mas, mesmo com o medo, fomos e mais rimos do que qualquer coisa – mesmo quando o vento de inverno balançava TODA a casinha, a gente continuava rindo e aproveitando a paisagem, lembrando que, se caíssemos, viraríamos bosta.
A partir daí, comecei a acrescentar momentos desses em minha vida. Momentos em que não deixava que o medo de altura me tirassem a alegria e oportunidade de ver uma paisagem bonita, por exemplo.
Se precisam de alguém pra trocar uma lâmpada, sou uma das pessoas a subir as escadas. Se precisar voar sozinha de avião para outro lugar, sou eu que vou. Se tiver que subir aquelas escadas vazadas, para chegar em algum lugar, eu subo sem pensar duas vezes. Se quiserem uma companhia para ir numa roda gigante com tudo aberto, eu sou a primeira a levantar a mão para topar ir.
E depois disso tudo, chegamos ao ponto que eu gostaria, contando com algo que já escutei há muito tempo, “o corajoso não é aquele que não tem medo, mas sim aquele que faz o que tem que ser feito, mesmo com medo”. Se preciso, seja um corajoso cagão, daqueles que vai, mesmo com medo, mas que não fica pra sempre com aquela dúvida “e se eu tivesse ido?”.